Apesar das normas para plataformas, a entidade discute como regular o atendimento aos clientes e a experiência do cliente no pós-venda.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) está em discussão sobre como otimizar as diretrizes relacionadas aos investimentos no exterior. O objetivo é elevar a qualidade do atendimento prestado aos clientes. Atualmente, já existem regulamentações que regem a oferta desse serviço.
Entretanto, a entidade acredita que é necessário estabelecer normas que também abranjam o pós-venda, garantindo assim uma melhor experiência para quem realiza investimentos internacionais. Com isso, os investidores poderão se sentir mais seguros e informados sobre suas aplicações internacionais. A transparência é fundamental nesse processo.
Discussão sobre Investimentos no Exterior
Luiz Henrique Carvalho, que atua como gerente executivo de representação da distribuição da Anbima, expressou a intenção de dialogar com a CVM sobre alternativas que permitam aos assessores brasileiros funcionarem como intermediários nos investimentos no exterior. Essa declaração foi feita durante um evento promovido pela plataforma Warren Investimentos, realizado na quinta-feira, dia 5. ‘Estamos buscando construir uma estrutura que favoreça a recomendação de investimentos no exterior, um setor que está em franca expansão. Grandes concorrentes estão disponibilizando ofertas externas, e é fundamental que tenhamos um diálogo com a CVM sobre o pós-venda’, afirmou Carvalho.
Regulação e Autorregulação nos Investimentos Internacionais
O executivo destacou que essa discussão deve progredir ao longo do próximo ano, visando estabelecer normas que orientem como os assessores brasileiros devem proceder na alocação de aplicações internacionais. ‘Os investidores brasileiros preferem interagir com profissionais de sua nacionalidade’, ressaltou. A ideia é avaliar com a CVM se essa evolução ocorrerá por meio de regulação formal ou pela autorregulação promovida pela Anbima.
Plataformas de Investimento e Segurança
As regras que regem as plataformas de investimento no exterior estão se tornando cada vez mais relevantes. As contas que permitem aos brasileiros realizar investimentos em outros países estão se popularizando, com um número crescente de bancos, corretoras e empresas de tecnologia financeira oferecendo essa oportunidade. A possibilidade de obter retornos em moeda forte e diversificar a carteira de aplicações financeiras já é uma realidade para muitos investidores. Contudo, a escolha da plataforma para realizar investimentos no exterior requer atenção, pois as empresas apresentam diferenças significativas em termos de regulamentação.
Experiência do Cliente e Estrutura das Empresas
Embora a aparência das empresas que oferecem esses serviços seja semelhante, os arranjos internos variam bastante: algumas são maiores, mais estruturadas e estão sob rigorosa supervisão, enquanto outras são menos robustas. Inicialmente, a experiência do cliente, a variedade de produtos e serviços, e o custo são fatores cruciais na escolha de um fornecedor. Entretanto, optar por uma empresa que não possui uma estrutura sólida, regulamentação adequada e supervisão pode representar riscos para o investidor e resultar em complicações futuras.
Instituições Financeiras e Autorregulação
Atualmente, a maioria das empresas que disponibilizam investimentos no exterior para brasileiros são bancos, corretoras e distribuidoras de investimentos que são reguladas pelo Banco Central do Brasil e pela CVM, além de serem autorreguladas pela Anbima. Exemplos incluem instituições como Bradesco, BTG, C6 Bank e Inter, bem como corretoras como Avenue e XP. Além disso, existe um segmento de empresas que, embora não sejam instituições financeiras no Brasil, firmam parcerias com corretoras ou distribuidoras locais, que são reguladas, mas nem sempre seguem a autorregulação da Anbima. Um exemplo disso é a fintech Nomad e a empresa americana Vest (anteriormente conhecida como Sproutfi). Por fim, há também um grupo de empresas que, ocasionalmente, tenta captar clientes para investimentos no exterior, mas não se configuram como instituições financeiras brasileiras.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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