Empresa distribuiu US$ 61 bilhões em dividendos e compras de ações (2014-2020), desinvestiu em segurança e novos modelos. Baixos retornos, perda de 10% no mercado, concorrente Boeing, 737-Max série de defeitos e acidentes em Indonésia e Etiópia, declarações de fraude relacionadas a dois acidentes fatais em 2018 e 2019, indústria de defesa contratando montadoras, retorno de dividendos e recompensas aos acionistas, falta de segurança e desenvolvimento de novos modelos.
A trajetória recente da Boeing revela a empresa em uma situação delicada. Além de ceder 10 pontos percentuais em market share para a concorrente Airbus, o 737-max é um modelo que enfrentou uma série de problemas e resultou em acidentes trágicos, na Indonésia e na Etiópia.
No setor aeroespacial, a Boeing é conhecida como um dos principais players do mercado. O conglomerado tem enfrentado desafios significativos, mas busca se reerguer e manter sua posição de destaque.
Boeing: O Conglomerado Aeroespacial em Perda de Mercado
Em 7 de julho, foi divulgado que a empresa de aviação Boeing concordou, em princípio, em se declarar culpada de fraude em conexão com os dois acidentes fatais envolvendo seus modelos 737-max, ocorridos na Indonésia em 2018 e na Etiópia em 2019. A Boeing, uma gigante no setor aeroespacial, enfrenta uma situação delicada, com a perda de 10 pontos percentuais em seu market share, o que a coloca em desvantagem em relação aos concorrentes.
A trajetória da Boeing como uma das principais empresas do setor remonta a 1997, quando adquiriu a McDonnell Douglas, marcando o início de uma consolidação na indústria de defesa. No entanto, a decisão de terceirizar a produção a partir de 2005 teve consequências negativas, levando a empresa a se tornar mais uma montadora de aviões do que uma fabricante. Essa mudança de estratégia resultou em uma priorização dos interesses dos acionistas em detrimento dos investimentos em inovação e segurança.
Durante o período de 2014 a 2020, a Boeing distribuiu uma quantia significativa de US$ 61 bilhões em dividendos e recompras de ações, recursos que poderiam ter sido direcionados para melhorias na segurança das aeronaves e no desenvolvimento de novos modelos. Essa abordagem levou a empresa a perder parte de sua reputação e a enfrentar desafios em termos de confiança do mercado e de seus investidores.
O lançamento do 787 Dreamliner em 2004 foi um marco para a Boeing, impulsionando seu valor de mercado para mais de US$ 200 bilhões em 2019. No entanto, a empresa viu uma queda nesse valor, com seu market cap atual em torno de US$ 112,8 bilhões. Diante desse cenário, a Boeing precisa urgentemente reavaliar suas prioridades e focar em reconstruir sua reputação e cultura de segurança.
O CEO da Boeing, David Calhoun, assumiu o compromisso de renunciar até o final de 2024, mas a empresa enfrenta desafios que exigem decisões imediatas para reverter a situação. A recuperação da Boeing requer um esforço conjunto para restaurar a confiança dos stakeholders e reafirmar seu compromisso com a segurança das aeronaves e o desenvolvimento de novos modelos. A jornada de reabilitação da Boeing será fundamental para sua sobrevivência e sucesso no mercado aeroespacial.
Fonte: @ NEO FEED
Comentários sobre este artigo