Mulheres que dormem menos de sete horas por noite têm maior risco de problemas de saúde do que os homens, de acordo com pesquisadores.
Dormir pouco pode trazer diversos prejuízos para a saúde, como queda na imunidade, mau humor e falta de concentração. A privação de sono afeta diretamente o funcionamento do nosso organismo, prejudicando inclusive o metabolismo e aumentando o risco de desenvolver doenças crônicas.
Para evitar esses problemas, é essencial priorizar uma rotina saudável de sono, garantindo pelo menos 8 horas de descanso por noite. Dormir menos do que o recomendado pode impactar negativamente o nosso dia a dia, contribuindo para o aumento do estresse e da ansiedade. Por isso, é fundamental buscar estratégias para melhorar a qualidade do sono e garantir que o corpo descanse adequadamente.
A importância de dormir pouco para a saúde
Dormir menos de sete horas por noite pode aumentar o risco de desenvolver pressão alta à longo prazo, de acordo com um novo estudo que será apresentado na Sessão Científica Anual do American College of Cardiology, no dia 7 de abril. Estudos anteriores já haviam mostrado uma relação entre padrões de sono e hipertensão, mas as evidências sobre a natureza dessa associação ainda são inconsistentes, segundo os pesquisadores do atual estudo.
Leia Mais Dormir pouco aumenta risco de diabetes tipo 2, mostra estudo Dormir pouco aumenta risco de doenças cardiovasculares em mulheres, diz estudo Tratamentos para perda de peso podem reduzir a pressão arterial, mostra estudo A pesquisa atual reuniu dados de 16 estudos realizados entre janeiro de 2000 e maio de 2023, avaliando a incidência de hipertensão em mais de 1 milhão de pessoas de seis países que não tinham histórico prévio de pressão alta.
Essas pessoas foram acompanhadas por um período médio de cinco anos — o acompanhamento variou de 2,4 a 18 anos. Segundo a análise, a curta duração do sono foi significativamente relacionada a um maior risco de desenvolver hipertensão após ajuste para fatores de risco demográficos e cardiovasculares, incluindo idade, sexo, educação, IMC (índice de massa corporal), pressão arterial e tabagismo. A associação entre hipertensão e curta duração de sono foi ainda maior entre aqueles que dormiam menos de cinco horas por noite.
Com base nos dados mais atualizados, quanto menos você dorme – ou seja, menos de sete horas por dia – maior a probabilidade de desenvolver pressão alta no futuro, como revela o estudo apresentado. Vimos uma tendência entre maior duração do sono e maior ocorrência de hipertensão, mas não foi estatisticamente significativa. Dormir de sete a oito horas, conforme recomendado por especialistas em sono, também pode ser o melhor para o seu coração, de acordo com os pesquisadores envolvidos no estudo.
Dormir pouco: relação com o aumento de pressão alta
Dormir menos de sete horas por noite pode aumentar em 7% o risco de ter pressão alta. Em pessoas que dormiam menos de cinco horas, esse risco aumenta para 11%, como aponta o estudo apresentado na Sessão Científica Anual do American College of Cardiology. Para efeito de comparação, condições como diabetes e tabagismo aumentam o risco de hipertensão em, pelo menos, 20%, de acordo com os pesquisadores envolvidos no estudo.
Essa associação entre dormir pouco e o aumento do risco de pressão alta pode acontecer devido à perturbação no sono, que pode ser causada por um estilo de vida pouco saudável, com uma alimentação rica em gorduras saturadas e uso de álcool, além do trabalho noturno, uso de certos medicamentos, ansiedade, depressão, apneia do sono e outros distúrbios relacionados ao sono, conforme aponta a pesquisa apresentada. Também foi observado que, quando comparadas com os homens, as mulheres que dormiam menos de sete horas por noite tiveram um risco 7% maior de desenvolver pressão alta, sendo uma diferença estatisticamente significativa.
Limitações da pesquisa sobre a associação entre sono e pressão alta
O estudo apresenta limitações, como o fato de a duração do sono ter sido autorreportada, ou seja, baseada no relato dos próprios participantes do estudo. Além disso, houve variações na definição do que é considerado uma curta duração de sono nos estudos analisados. Mais pesquisas são necessárias para avaliar a associação entre a duração do sono e a hipertensão arterial usando métodos mais precisos, como a polissonografia, um método para avaliar a qualidade do sono com mais precisão, como destacam os pesquisadores.
Essas variações na duração do sono de referência sublinham a necessidade de uma definição padronizada na investigação do sono para melhorar a comparabilidade e generalização dos resultados em diversos estudos, conforme apontam os estudiosos envolvidos na análise do sono e sua relação com a pressão alta.
Fonte: © CNN Brasil
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