Ações e ouro em alta, preços do bitcoin recordes, incertezas sobre juros nos EUA. Nomesc respeitados preveem cenário pessimista com política monetária restritiva.
O mercado de ações dos Estados Unidos continua atraindo investidores de todo o mundo, com Wall Street sendo o epicentro das transações. A volatilidade, embora gere grandes oportunidades de lucro, também aumenta o risco de perdas significativas, o que requer cautela por parte dos investidores.
O mercado acionário dos EUA é um dos mais desenvolvidos do mundo, com empresas de diversos setores listadas em importantes bolsas de valores como a NYSE e a NASDAQ. A alta liquidez e a transparência das operações contribuem para a atratividade do mercado, mas é fundamental estar sempre atento às oscilações e notícias que podem impactar os preços das ações em questão.
Mercado de ações dos EUA em destaque
Essa possibilidade está ligada à indefinição sobre o início do ciclo de queda dos juros por parte do Fed, que alimenta especulações de todo tipo. Mal a semana começou e a expectativa do mercado está toda voltada para quarta-feira, 20 de março, quando o Fed se reúne para decidir se e quando vai começar a reduzir os juros.
Os sinais emitidos pelo mercado na semana passada, com os preços do ouro e do bitcoin atingindo níveis recordes, acompanhando a alta das ações de empresas de tecnologia como a Nvidia, passaram a impressão que o cenário no curto prazo previsto por Wall Street é de mercado em alta e nenhuma indicação de recessão em 2024.
É justamente essa previsão otimista que causa calafrios em alguns dos mais experientes especialistas do mercado financeiro americano, do ex-secretário do Tesouro Larry Summers a Michael Hartnett, estrategista-chefe de investimentos do Bank of America.
Ao longo da semana passada, Summers, Hartnett e outros nomes conhecidos advertiram que as avaliações dos ativos estão fora da realidade e tendem a cair rapidamente, com forte impacto na economia americana. Compilados pelo portal americano Business Insider, os depoimentos abordam diferentes aspectos do atual momento da economia, mas todos convergem para a possibilidade de estouro de uma bolha.
Hartnett, por exemplo, afirmou que a ‘tremenda euforia’ com a perspectiva de cortes nas taxas de juros estimulou os investidores a adquirirem ações, ouro, criptomoedas e até títulos corporativos.
Ele advertiu que o boom de compra de ações tem características de uma bolha, incluindo a velocidade e a magnitude dos aumentos de preços, além do foco voltado para empresas relacionadas à Inteligência Artificial. As ações das sete maiores empresas de tecnologia dos EUA (Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla) tiveram um ganho surpreendente de 140% nos últimos 12 meses.
Além disso, só as cinco principais ações do grupo contribuíram para 75% dos ganhos acumulados no ano do S&P 500. O problema, afirmou Hartnett, é que os dados econômicos dos EUA se tornaram mais ‘ameaçadores’, com sinais claros de que o mercado de trabalho está ‘rachando’ e a inflação poderá não cair tanto quanto se espera.
‘Se os ativos de risco dizem: ‘Não nos importamos’, isso é muito sintomático da mentalidade de bolha’, observou o estrategista-chefe do BofA. David Rosenberg, ex-economista-chefe da Merrill Lynch e atual presidente da consultoria Rosenberg Research, apontou a contradição entre a expectativa de aumento de lucro das empresas e o baixo crescimento do PIB americano previsto para este ano.
‘O aumento de 30% no S&P 500 no ano passado, mesmo com o aumento dos lucros corporativos de apenas 4%, foi um evento de mercado de 1 em 10’, disse Rosenberg. ‘Como esperar que os lucros subam 11%, ou quase três vezes mais, este ano, quando se prevê que o crescimento do PIB abrandará?’, questiona. Outro especialista, Paul Dietrich, estrategista-chefe de investimentos da B.
Riley Wealth, respondeu à indagação de Rosenberg. Ele alertou que o S&P 500 poderia cair até 49%, atingindo seus mínimos pandêmicos, se as avaliações das ações recuarem para as médias históricas e a economia dos EUA entrar em recessão.
‘Este mercado de ações passou para uma situação bizarramente sobrevalorizada’, disse ele, argumentando que os lucros teriam de subir 45% este ano para que as avaliações fizessem algum sentido. ‘A bolha do mercado de ações está prestes a estourar – cuidado!’, escreveu Dietrich, em nota a clientes. Alarmismo Outros dois nomes respeitados fizeram previsões que variaram do alarmismo ao conformismo.
Jeremy Grantham, cofundador e estrategista de investimentos de longo prazo da GMO, advertiu em relatório a clientes que as ações estão cotadas para decepcionar, a IA é uma bolha que deve estourar logo e uma recessão parece provável.
Grantham chegou a comparar o recente aumento do preço das ações com as altas antes da Grande Depressão e do crash das empresas pontocom, no início do século 21, afirmando que as perspectivas de longo prazo do mercado eram ‘terríveis’ com essas avaliações. O investidor também sugeriu que a ‘mania da IA’ acabaria e levaria consigo o mercado de ações.
‘Uma recessão provavelmente ocorrerá à medida que a especulação dos investidores se dissipar e os impactos tardios dos aumentos das taxas do Fed forem sentidos’, previu.
Mais comedido, o economista e professor Larry Summers – ex-secretário do Tesouro na gestão de Bill Clinton e ex-reitor da Universidade Harvard – alertou os investidores contra a suposição de que o Fed reduziria as taxas este ano, dada a forma como as avaliações dos ativos se tornaram tensas. ‘Certamente acho que estamos pelo menos no sopé de uma bolha’, disse ele.
‘Embora os mercados financeiros não estejam tão agitados agora como durante os picos anteriores, também não estamos a um milhão de quilômetros de distância disso.’ Relacionados Por que o J.P.
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Fonte: @ NEO FEED
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