A Fisker, fundada por ex-designer da Aston Martin, considera recuperação judicial devido à estagnação do mercado e o hype visto. #sobrevivência #falência
Após a febre presenciada nos últimos tempos, impulsionada pelo destaque da Tesla, as fabricantes de veículos elétricos começaram a batalhar pela sua continuidade, com algumas beirando a falência. A mais recente empresa a enfrentar esse cenário é a Fisker.
Com a concorrência cada vez mais acirrada no mercado de carros elétricos, é fundamental que as empresas encontrem maneiras inovadoras de se destacar e atrair os consumidores. A Fisker, assim como outras do ramo, precisará se reinventar e investir em tecnologias de ponta para se manter relevante e competitiva. A busca por soluções sustentáveis e eficientes se tornou uma prioridade no setor automotivo, e a Fisker terá que acompanhar essas mudanças rapidamente para não ficar para trás.
Lutando para expandir em meio a um mercado em queda
Enfrentando dificuldades para aumentar suas vendas em um mercado com demanda estagnada, a montadora que teve início em 2016 contratou a FTI Consulting e o escritório de advocacia Davis Polk para se preparar para uma possível recuperação judicial, de acordo com informações do The Wall Street Journal. Os problemas enfrentados não são novos.
Vale ressaltar que, no mês passado, a Fisker emitiu um comunicado apontando ‘dúvidas substanciais’ sobre sua capacidade de continuar operando e anunciando negociações com investidores para injeção de recursos. A companhia divulgou também que encerrou o ano de 2023 com um prejuízo de US$ 762 milhões, o que representa um aumento de 39,2% em comparação com 2022, conforme dados preliminares.
A dívida acumulada pela montadora ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão no ano anterior. Com a possibilidade de um pedido de recuperação judicial surgindo, as ações da Fisker estão em queda no pós-mercado da NYSE. Por volta das 18h30, os papéis da companhia registravam um recuo de 47,1%, cotados a US$ 0,17. No acumulado do ano, as ações da empresa apresentam uma queda de 81,1%, resultando em uma valor de mercado de US$ 190 milhões.
Desde sua abertura de capital em 2020, por meio de uma Special Purpose Acquisition Company (SPAC), a Fisker já desvalorizou mais de 97%. O declínio da montadora evidencia o momento desafiador para o mercado de carros elétricos, com a falta de crescimento da demanda e a intensa competição levando muitas empresas a reduzirem os preços de seus veículos.
Uma análise realizada pelo WSJ em dezembro de 2023 aponta que pelo menos 18 startups do setor que abriram capital entre 2020 e 2022, muitas através de Spacs, correm o risco de ficar sem recursos até o final deste ano. Das 43 empresas que fizeram IPO no período, cinco faliram ou foram adquiridas.
Fisker enfrenta desafios na produção e na entrega
Caso a Fisker realmente solicite a recuperação judicial, será o segundo colapso de uma montadora fundada pelo renomado designer Henrik Fisker, responsável por modelos icônicos da BMW e da Aston Martin. Sua primeira empresa, a Fisker Automotive (mesmo nome da atual), entrou com um pedido de proteção judicial em 2013.
A montadora começou a entregar seus primeiros carros aos consumidores americanos em junho, exatamente quando os primeiros indícios de desaceleração do mercado surgiram. Em vez de investir em uma fábrica própria, a Fisker optou por terceirizar a produção do Ocean SUV, o único dos quatro veículos disponíveis ao público, para a empresa Magna Steyr, localizada na Áustria.
O objetivo dessa estratégia era manter os custos sob controle. No entanto, logo no início, a empresa enfrentou dificuldades para entregar os veículos produzidos aos consumidores nos Estados Unidos. Além disso, a Fisker teve que lidar com atrasos em aprovações regulatórias, problemas com peças para os carros e diversas saídas de executivos de alto escalão.
Diante de todos esses obstáculos, a Fisker se viu obrigada a reduzir sua equipe em 15%. No último mês, a montadora admitiu que não conseguiu atingir a meta de 13 mil unidades, fabricando um pouco mais de 10 mil carros.
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Fonte: @ NEO FEED
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