Saldo do Dia: Nos EUA, indicadores mostram economia resistente, enquanto estrangeiros fogem para renda fixa e bolsa. Cortes de juros no radar.
O mês de abril começou e o mercado financeiro segue acompanhando o desempenho do Ibovespa. Mesmo com a mudança de calendário, o cenário se mantém incerto, refletindo a volatilidade do mercado. As oscilações no Ibovespa seguem sendo uma constante, sem sinal claro de uma recuperação consistente.
O Ibovespa, conhecido como o principal índice da bolsa, continua sendo influenciado por diversos fatores, tanto internos quanto externos. Investidores seguem atentos aos desdobramentos econômicos e políticos que podem impactar diretamente o desempenho do mercado de ações. A cada novo dia de negociação, a expectativa é de mais volatilidade e surpresas no cenário financeiro.
A economia e o Ibovespa
Aqui no Brasil, um atrás do outro, estrangeiros picam a mula em busca de coisa melhor não só na renda fixa americana, também na bolsa. Com a queda desta sexta (5), de 0,50%, o Ibovespa acumulou nesta 1ª semana de abril queda de 1,02%, a 126.795 pontos. Lá se vão 5,51% até aqui em 2024.
Entre 86 ações, as da Petrobras merecem destaque pela confusão do último pregão.
A incerteza dos dividendos extraordinários
Vão ou não serem pagos os dividendos extraordinários? E Jean Paul Prates, dá lugar a Aloizio Mercadante ou se segura no comando da estatal? Ninguém sabe. Mas o papel ao menos se segurou nas proximidades do zero a zero. O ordinário (ON, com direito a voto em assembleias) 0,20%. O preferencial (PN, com preferência por dividendos), 0,58%.
Na semana, ganhos para ambos da ordem de 2%, no embalo nos maiores preços do petróleo desde outubro.
A movimentação na bolsa brasileira
A carteira teórica mais famosa do Brasil girou R$ 16 bilhões, 11% abaixo da média diária de R$ 18 bilhões de 2024.
Convidado a se retirar do Brasil pela atratividade americana, o dólar teve alta diária de 0,29% e mensal de 0,99%. Nos R$ 5,06, está ao maior nível em seis meses.
O impacto do mercado de trabalho americano
O mais do mesmo desta sexta não poderia ter vindo de outro lugar mesmo. Veio do mercado de trabalho americano. Os números consolidados de março (payroll) se somaram às surpresas vindas desde janeiro. De novo, foram criadas vagas de emprego acima das apostas. Mais do que isso. O ritmo acelerou em relação a fevereiro.
Em outras palavras, não há sombra de fraqueza na economia americana, ao contrário. Já está difícil hoje a inflação ceder dos atuais 3% ao ano à meta de 2%. Imagine só se juros deixarem de criar alguma resistência à atividade nos Estados Unidos. Pois é. Esse diagnóstico já começa a ser incorporado com maior clareza pelos preços.
Expectativas em relação aos cortes de juros
A Ferramenta CME FedWatch aponta que, no momento, investidores veem 46% de chances de os juros começarem a cair em junho. Faz apenas dois dias, era de 62% essa aposta. A probabilidade de não vir corte nenhum em dois meses passou a ser maior, subindo de 34% para 51%.
Ou seja, de um dia ao outro, o mercado ficou praticamente dividido sobre um corte que parecia líquido e certo. Os olhos da turma, agora, se voltam à quarta-feira (10) da semana que vem. Se o índice de preços ao consumidor (CPI, sigla em inglês) tiver alta mensal de 0,3% ou mais, o céu deve turvar.
Projeções para a Selic
A manutenção desse ritmo médio pelos próximos 12 meses implicaria quase 4% de inflação acumulada. E adeus cortes de juros nos Estados Unidos antes de os 2% de meta serem mais palpáveis. Boa sorte aos envolvidos.
Nesse pano de fundo, o mercado no Brasil já projeta a Selic encerrando o atual ciclo de cortes em 10%, não mais a 9,75%:
Prêmios em contratos de mais curto prazo estão mais ligados às expectativas de investidores para a Selic. Ao longo da semana, com todos os dias em alta, taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiram de 9,93% a 10,01%. Já para janeiro de 2034, de 11,13% a 11,31%. Quanto mais longo o prazo, maior a influência do cheiro de calote do governo (‘risco fiscal’, se preferir).
Fonte: @ Valor Invest Globo
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