A situação é crítica em estados com Floresta Amazônica, como Acre, Amazonas e norte de Mato Grosso, devido à falta de chuva e ondas de calor, segundo a comunidade de pesquisadores.
O Brasil enfrenta uma seca sem precedentes, a pior desde 1950, de acordo com especialistas. A falta de chuva, combinada com queimadas e ondas de calor, tem afetado negativamente a saúde humana, a geração de energia e a produção de alimentos em todo o país. A estiagem prolongada tem sido um desafio para os agricultores, que lutam para manter suas colheitas saudáveis.
A previsão é que as chuvas permaneçam abaixo da média nos próximos meses, o que pode agravar a seca e a escassez de água em muitas regiões. A situação é particularmente preocupante em áreas rurais, onde a escassez hídrica pode ter consequências graves para a produção de alimentos e a segurança alimentar. A seca é um desafio que exige ação imediata para mitigar seus efeitos e garantir a sustentabilidade do país.
Seca: Um Desafio Nacional
A situação é extremamente crítica em estados que abrigam a Floresta Amazônica, como Acre, pontos do Amazonas e norte de Mato Grosso. A previsão é que o cenário se agrave nos próximos meses no semiárido do Nordeste, devido à estiagem prolongada. Mesmo para quem trabalha há décadas analisando fenômenos de seca, não há clareza sobre o que está acontecendo no Brasil. A comunidade de pesquisadores tenta desvendar se há relações entre o aquecimento anormal dos oceanos, o desmatamento e a seca atual.
A seca está afetando várias regiões do país, com algumas áreas sofrendo com mais de 12 meses de chuva abaixo da média. ‘Está difícil de encontrar até a explicação científica nesse momento para esse cenário que a gente está vendo’, afirma Luz Adriana Cuartas, pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O prognóstico não é otimista, com todo o país sofrendo com o calor acima da média e pouca chuva nos próximos meses.
Impactos da Seca
Apenas na região Sul, que sofreu as enchentes históricas em abril passado, deve chover mais, aponta o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). ‘Nesse momento, um dos setores que estão sendo mais impactados é o agrícola. Na sequência, vem o abastecimento, geração de energia e navegação’, comenta Cuartas, integrante do Sistema de Informação sobre Secas para o sul da América do Sul (Sissa). A escassez hídrica levou algumas cidades no interior paulista a implementar rodízio de água, e em Minas Gerais, diversos municípios também encaram rodízio.
A seca também está afetando a geração de energia elétrica, tornando a conta de energia mais cara. As usinas hidrelétricas são a principal fonte de eletricidade no Brasil, e quando há menos água nos reservatórios, o sistema gasta mais na geração. Isso levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a acionar a bandeira vermelha do sistema tarifário, o que significa que o brasileiro vai pagar R$ 7,87 a mais para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos a partir de setembro.
Desafios Futuros
A expectativa é que o país consuma menos eletricidade, o que é um desafio quando a temperatura sobe – historicamente, a tendência de consumo aumenta em busca de refrigeração. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), que controla as redes de abastecimento no país, o nível dos reservatórios deve ficar 50% abaixo da média histórica em setembro. No Sudeste/Centro-Oeste, que concentra 70% dos reservatórios mais importantes em termos de geração de energia elétrica, o prognóstico é de 49% a menos, o mais baixo para o mês em toda a série histórica de 94 anos, afirmou o ONS. ‘Não chover durante tanto tempo é uma tragédia’, lamenta Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da USP.
Fonte: @ Terra
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